Pesquisadores do ITP e da UNIT se destacam no cenário científico nacional

11/09/2015

Os estudos e pesquisas realizados pelos pesquisadores/professores do Instituto de Tecnologia e Pesquisa e da Universidade Tiradentes estão galgando cada vez mais espaços em meio à comunidade científica, não só local como também nacional. Prova disso foi a quantidade de matérias publicadas sobre os trabalhos desenvolvidos na instituição na edição número 4 da revista semestral Pesquisa-SE. A revista é uma publicação da Fundação de Apoio à Pesquisa e a Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe (FAPITEC/SE) e foi lançada no mês de agosto, durante o Seminário de Avaliação Final do Programa de Pesquisa em Políticas Públicas.

Dentre as publicações que falam sobre os trabalhos desenvolvidos no ITP estão matérias como “Nanotecnologia: avanços no tratamento da doença de Parkinson”, pesquisa do Doutor em Química, Luiz Pereira da Costa através do projeto fruto do edital de Mobilidade Acadêmica desenvolvido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) em parceria com a FAPITEC. O objetivo desta pesquisa é obter nanopartículas poliméricas multifuncionais, e nelas, ancorar fármacos para fazer a entrega inteligente, ou seja, levar o fármaco numa dose menor com uma entrega mais local.

Outro estudo destacado é o da pesquisadora Margarete Zanardo Gomes, atividade pioneira que busca minimizar o quadro clínico após lesão medular, também com o uso da nanotecnologia. Saber quais são os principais parasitas que acometem os peixes sergipanos é o objetivo do trabalho coordenado pelo pesquisador do ITP, Rubens Madi. Por ter uma importância também comercial, o estudo visa identificar os parasitas que acometem os pescados com maior comercialização, a exemplo do tambaqui, da xira, do tucunaré, das vermelhas e do atum, uma vez que os patógenos podem influenciar na piscicultura ou na comercialização do que é produzido, além de poder ocasionar alguma doença de origem alimentar.

Outro estudo apresentado aos sergipanos pela revista Pesquisa-SE foi o coordenado pela pesquisadora Cleide Mara Faria Soares, que utiliza o resíduo da palma para a produção de substâncias húmicas, imobilização das enzimas com aplicação potencial na produção do biodiesel utilizando a biocatálise; extração e purificação de carotenoides; produção de nanopartículas e ácidos húmicos. Ou seja, aproveitamento dos resíduos dessa planta característica do Nordeste para a obtenção de biodiesel, fármacos e cosméticos.

Também foi pauta da revista a pesquisa da Prof. Dra. Cristiane Costa da Cunha Oliveira, que está realizando estudos na comunidade quilombola Patioba, em Japaratuba, com o intuito de propor intervenções para melhorar a qualidade de vida da comunidade. Outro tema abordado foi o estudo da planta Mikania glomerata para a identificação de um novo produto natural para o combate do câncer e com menores efeitos colaterais. Este estudo é coordenado pelo pesquisador Ricardo Luiz Cavalcanti de Albuquerque. A Pesquisa-SE contou ainda com uma entrevista da pesquisadora e coordenadora do Observatório de Políticas de Acesso à Justiça, Gabriela Maia Rebouças.

SEMINÁRIO DE AVALIAÇÃO

Dentre os trabalhos apresentados durante o Seminário de Avaliação Final do Programa de Pesquisa em Políticas Públicas, dois foram das pesquisadoras do ITP: Cláudia Moura e Verônica Sierpe. Os resultados de Cláudia foram relacionados à pesquisa “Esquistossome Mansônica: utilização de produtos naturais associados à nanopartículas poliméricas na terapia da fibrose hepática”. Já os de Verônica Sierpe sobre “Condições climatológicas, características do ambiente urbano, e presença de flebotomineos envolvidos no ciclo de transmissão da leishmaniose visceral urbana na cidade de Aracaju/SE”.

Durante a apresentação, Cláudia Moura informou que a esquistossomose mansônica é a segunda doença em número de casos no mundo entre as doenças negligenciadas, e que em Sergipe, dos 75 municípios, 54, inclusive a capital, possuem a doença de forma endêmica. A utilização de produtos naturais no tratamento desta patologia tem como objetivo otimizar a estratégia terapêutica, já que os fármacos comerciais para o combate da esquistossomose existentes são da década de 40 e apresentam limitações, segundo a pesquisadora, que vão desde a toxidade até efeitos colaterais, como falhas no tratamento, pois algumas linhagens dos parasitas não respondem mais a esses fármacos.

Já a pesquisa coordenada por Verônica Sierpe tem como linha condutora o estudo dos vetores da Leishmaniose visceral americana, popularmente conhecida como calazar, tentando entender o comportamento dos insetos Lutzomyia longipalpis (mosquito palha) principalmente no ambiente urbano. “Sabemos que hoje em dia o homem tem, de alguma forma, modificado o ambiente e isso tem provocado uma mudança no comportamento dos vetores da leishmaniose, que inicialmente era uma doença rural, e agora já é claramente um problema urbano”, avaliou a pesquisadora.

Segundo ela, atualmente os casos de calazar estão presentes em todos os bairros da capital, especialmente no Siqueira Campos, um dos bairros com maior índice de urbanização da cidade, e também, o vencedor em quantidade de insetos transmissores da doença no período de referência da pesquisa. “Isso para nós é uma novidade e, sem dúvida, uma informação extremamente importante para o controle desses insetos, e também para um trabalho de educação junto à população”, frisou Verônica Sierpe.



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