Empresas inclusivas apresentam melhores resultados, afirma CEO da GE em palestra em Aracaju

19/09/2019

Por Andréa Moura

“Diversidade é convidar para a festa. Inclusão é chamar para dançar”. Foi com esta frase que a presidente & CEO da General Electric no Brasil (GE), Viveka Kaitila, explicou como as ações de inclusão e diversidade – tema da palestra proferida durante a edição especial do ‘Café com RH’ deste mês de setembro, na Universidade Tiradentes (Unit) são fluxos naturais ao cotidiano da gigante transnacional que atua, dentre outros ramos, na aviação, energia, assistência médica, energia renovável, manufatura aditiva, ciência de materiais e análise de dados.

O Café é um evento promovido pelo Unit Carreiras e está voltado para gestores da área de Recursos Humanos de empresas parceiras da Unit em Sergipe. A edição especial, que teve como palestrante a CEO da GE, contou com a participação do presidente do Instituto de Tecnologia e Pesquisa, Dr. Diego Menezes, que foi moderador da mesa na hora do debate entre a executiva e os participantes. Desde 1997 na Companhia, antes de assumir a presidência e o posto de CEO, em maio de 2017, Viveka Kaitila, uma das 20 mulheres mais poderosas do Brasil neste ano de 2019, de acordo com Forbes Magazine, foi gerente de Desenvolvimento de Negócios para a América do Sul na GE Capital Auto Financial Services; atuou na GE Capital Corporate, onde também exerceu o cargo de diretora de Desenvolvimento de Negócios para a América Latina; e foi líder de Crescimento Comercial da GE para a América Latina.

Com 22 anos de carreira ascendente dentro da companhia, ela conhece muito profundamente os valores que fizeram com que o local seja cobiçado no mercado de trabalho e, dentre eles, está o fator inclusão. “Não toleramos qualquer tipo de discriminação ou preconceito. Somos uma empresa totalmente inclusiva, que valoriza as pessoas como elas são, pois, temos na diversidade a base da nossa cultura”, frisou. Ela fez questão de apresentar as ações, dentro destas duas áreas, que são realizadas em todas as unidades da empresa, presente em mais de 170 países, com cerca de 300 mil funcionários.

Viveka Kaitila explicou que em 1936 teve início o Fair Employment Policy/Anti-discrimination Statement (Política Justa de Emprego/Declaração Antidiscriminação); em 1964 foi formalizada a política Equal Employment Opportunity/Anti-Discrimination (política de Igualdade de Oportunidades de Emprego/Antidiscriminação); em 1991 deu-se início a African American Forum (Fórum Afro-americano); seis anos depois foi lançada a Women’s network (Rede de Mulheres); após um ano, em 1998, iniciaram-se as atividades da Asian Pacific American Forum e, em 1999, o Hispanic Forum. No ano de 2005 a política de inclusão e diversidade abraçou mais uma causa, a Aliança Global GLBTA.

Da esquerda para a direita: Janaína Machado, Viveka Kaitila e Diego Menezes

“Na GE já fazemos muita coisa, pois, inclusão e diversidade, para nós, não são apenas palavras ou algo para estar nos trending topics. Nos programas de treinamento de liderança para pessoas recém-formadas, por exemplo, 50% das nossas contratações são do sexo feminino, e isso nos ajuda muito porque, lá na frente, quando formos promover funcionários a gerentes e diretores teremos mais talentos dentro de um campo diverso”, comentou a CEO.

RESULTADOS COMPROVADOS

A importância desse tipo de ambiente de trabalho, exibido por Viveka Kaitila, está baseada em estudos e pesquisas realizados no mundo. De acordo com a Harvard Business Review, quando a empresa possui no quadro de funcionários a mesma diversidade existente nos clientes há 152% mais chances de ela entendê-los. Já segundo a Mckinsey & Company, que atua com consultoria empresarial nos Estados Unidos, empresas que têm maior equilíbrio entre homens e mulheres, tanto nos altos cargos quanto em salários, têm 21% de chances a mais de obterem rentabilidade acima da média dos concorrentes.

Nas companhias onde houve aumento da presença feminina em até 30% nos cargos de alta liderança percebeu-se aumento de 15% na rentabilidade, segundo pesquisa realizada pela Peterson Institute for International Economics, publicada na revista Forbes, na edição do mês de abril de 2019. E, por fim, a Corporate Executive Board Company informou que, em um ambiente de trabalho diverso, os empregados têm 20% mais interesse em continuar na empresa, reduzindo o turnover e, ainda, fazendo com que a colaboração e comprometimento aumentassem em 50%.

A executiva da GE também falou sobre os grupos com os quais a companhia tem afinidade e que estão presentes no dia-a-dia do grupo, dentre eles a comunidade GLBTAA, as pessoas portadoras de deficiência e os que atuam em ações de voluntariado, diálogo que tem atraído cada vez mais para a GE jovens talentos, pois, segundo ela, fica evidente para quem ainda não trabalha na empresa “que na General Electric as pessoas podem ser quem eles querem, necessitando, apenas, focar na carreira e no que podem gerar de valor para a empresa. Esse nosso modo de agir tem ajudado a fazer com que as pessoas saibam que somos um local de trabalho onde há respeito às escolhas individuais”, salientou.

Embora o censo comum tenha a ideia de que o Brasil é o país da diversidade, em virtude, principalmente, da forma como a população foi originada, para Viveka Kaitila o país ainda engatinha quando o assunto é dar, realmente, voz e vez ao tema. Segundo ela, mesmo sendo um país muito diverso, isso não é algo que se reflete nas empresas nem nos lugares para onde o olhar da maioria está voltado. Por isso, ela diz que uma das perguntas fundamentais a ser feita é: como ajudar, o que fazer, para que cada cidadão possa, realmente, seguir o caminho que ele gostaria?

“As possibilidades são através da educação, da mudança de cultura das empresas, da contratação de pessoas para adquirir experiência, do encorajamento das mulheres a estarem em locais/espaços que talvez sejam mais masculinos. Para mim, essas são atitudes que podemos fazer para que, no futuro, consigamos refletir uma sociedade diversa. Hoje, estamos apenas no começo de um novo caminho”, declarou a CEO da General Electric.

CORAGEM É O SEGREDO

Formada em 1988 em Matemática Aplicada/Economia pela Brown University, em Providence, nos Estados Unidos, Viveka Kaitila é pós-graduada em Finanças pela Fundação Getúlio Vargas e, antes de ingressar na GE, trabalhou no mercado financeiro, tendo atuado em grupos como o Bank of America e Banco do Brasil. A trajetória de sucesso, conta ela, passou por rotas em que ela precisou ter coragem para seguir em frente pelo fato de ter sido, na maioria das vezes, a única mulher dentro da equipe de trabalho.

“Sabia que este fato incomodava algumas pessoas, mas nunca pensava que era a única mulher no grupo, eu sempre dizia que conseguiria fazer o trabalho mesmo tendo, às vezes, resistência da parte de alguns clientes ou de pessoas que não integravam a empresa. Porém, o fundamental para a minha carreira foi nunca ter me colocado para baixo e, tampouco, deixar que alguém fizesse isso. Portanto, creio que um conselho que poderia dar para jovens mulheres e pessoas que integram outros grupos da diversidade é: tenham coragem, pois os desafios não devem nos fazer parar!”, aconselhou Viveka Kaitila.

A presença da CEO da GE em Aracaju foi classificada pelo presidente e CEO do Instituto de Tecnologia e Pesquisa, Dr. Diego Menezes, como um presente. “Fomos agraciados com o conhecimento transmitido por uma líder excepcional e executiva de sucesso, ou seja, por uma grande mulher como a Viveka Kaitila. Conhecer as práticas inclusivas, as ações de respeito à diversidade e de valorização dos colaboradores adotadas pela empresa foi uma experiência incrível que, com certeza, ajudará a cada um de nós no cotidiano”, declarou.



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