“Onde existe acomodação, não pode haver inovação!” Esta frase é de José Cláudio Cyrineu Terra, diretor de Inovação do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, e que esteve em Aracaju para proferir a palestra “Inovação na área de saúde e no hospital Albert Einstein: oportunidades para startups”, a convite do Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP) através da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica (ITEC). O evento contou com o apoio da Universidade Tiradentes (Unit) e teve a participação de pesquisadores do ITP e de alunos da universidade. Durante o bate-papo, Cláudio Terra falou um pouco sobre as experiências profissionais que desempenhou, inclusive fora do Brasil, até chegar ao setor da saúde.
Oriundo da área de software, ele assumiu a diretoria de inovação do hospital há um ano e meio, e sabia que as questões desse outro setor são, como ele mesmo disse, gigantescas. O bom, na visão de Cláudio Terra, é que mesmo grandes são questões que possuem um escalonamento, área fértil para quem quer inovar. “Os problemas são muito evidentes na saúde e o que precisamos é encontrar as soluções. Portanto, de certa forma isso é bom. Não é que seja bom ter problema, mas quando eles são claros passam a ser o nosso ponto de partida para estabelecer os trabalhos e resolvê-los, e é isso é o que gera inovação”, comentou o palestrante.
Durante o encontro ele abordou questões como a macrotendência da tecnologia e da inovação, e como elas têm auxiliado a área da saúde; como o Einstein, que é uma das referências hospitalares do Brasil está organizada para fazer inovação, e como a instituição tem se aproximado e feito parceria com jovens empreendedores, professores universitários e startups, conversa que atiçou a curiosidade dos presentes.
“A verdade é que não somos um banco. O que acontece é que acreditamos que bons projetos sempre encontram dinheiro, financiamento, e o que fazemos é olhar projetos promissores e analisar como poderemos ajudar, seja em pesquisa clínica, com apoio tecnológico e de conhecimento médico, por exemplo”, comentou. Uma das primeiras modificações que ele conseguiu implantar no novo trabalho foi abrir o olhar da instituição para empreendedores de todo o Brasil, ou seja, fora do eixo São Paulo/Rio de Janeiro. E a vinda dele a Sergipe foi, também, não só para conhecer o ITP e a Unit, como analisar a possibilidade de parcerias.
Tanto a palestra de Cláudio Terra quanto a possibilidade de parceria deixaram os pesquisadores do ITP otimistas, a exemplo de Patrícia Severino, integrante do Laboratório Nanotecnologia e Nanomedicina, e do Programa de Biotecnologia Industrial da Unit. “A vinda do Cláudio Terra foi muito interessante porque, além de falar sobre um assunto que tem a ver com nosso cotidiano, nos deu a possibilidade de reduzir a distância entre o que produzimos, ou seja, entre a tecnologia que fazemos aqui e o mercado consumidor, pois temos grande potencial e várias patentes nossas podem sim serem utilizadas num hospital como o Albert Einstein”, observou Patrícia Severino.
De acordo com o diretor-presidente do ITP, Leonardo Maestri Teixeira, trazer Cláudio Terra até Aracaju para um momento de troca de experiência é algo que deve ser repetido em 2016, pois a intenção é realmente que seja feita uma parceria não só com o instituto, mas também com a Unit. “A gente começou esse namoro, apresentando projetos e despertando o interesse dos nossos pesquisadores, alunos e da comunidade local”, frisou. Disse ainda que para 2016 o ITEC deverá ter uma agenda de palestras, visitas, desenvolvimento e apresentação de projetos ainda mais consolidada.
